Deputado — agora nos EUA — propõe diálogo inusitado com setores da esquerda para construir pautas comuns e repensar polarização

Em 1º de julho de 2025, o deputado Eduardo Bolsonaro — atualmente licenciado e residindo nos Estados Unidos — lançou uma proposta inesperada: sentar para dialogar com figuras tradicionais da esquerda, entre elas Ciro Gomes, Rui Costa Pimenta (do PCO) e antigos brizolistas do PDT, com o objetivo de avançar em pautas menos polarizadas no Brasil.


O que disse

Durante entrevista ao SBT, Eduardo declarou ter convicção de que um entendimento é possível: “se eu me sentar pra conversar com Ciro Gomes, com Rui Costa Pimenta, do PCO, até com umas alas do PDT mais ligadas a Leonel Brizola do passado (…) a gente vai conseguir chegar a um denominador comum em algumas pautas”.


Motivações por trás da proposta

  1. Repactuar a polarização: o convite surge como tentativa de desconstrução do atual clima de “nós contra eles”, colocando pautas específicas como pontes de entendimento.
  2. Busca de legitimidade: estando fora do país e licenciado, Eduardo quer construir uma narrativa de diálogo e responsabilidade — além de mostrar disposição para conversar com quem tradicionalmente esteve do outro lado.
  3. Contra quem não merece debate: lineou suas críticas: excluiu, por exemplo, o PSOL e militantes que acusou de pregarem violência, e autoridades ligadas ao crime organizado, evitando qualquer tese com eles .

Reações e desdobramentos

  • Esquerda tradicional: Ciro Gomes e PCO ainda não se manifestaram oficialmente, mas já há espaços de debate sinalizando curiosidade sobre a proposta.
  • Direita bolsonarista: repentina abertura de Eduardo gerou dúvidas e espanto interno, gerando repercussão midiática entre aliados que veem possível desgaste na narrativa original de confronto.
  • Base institucional: a posição toca em temas como liberdade individual, voto impresso e contradição à digitalização — pautas em que há potencial de convergência.

Por que isso importa

  • Mudança de estratégia: Eduardo sinaliza que sua articulação política pode sair da bolha da direita populista e buscar diálogo com referências históricas da esquerda moderada.
  • Impacto na narrativa: ao atacar a polarização e propor conversa, tenta reposicionar sua imagem como interlocutor pragmático, com vistas a 2026.
  • Tensão interna: o movimento pode gerar ruído dentro do PL e entre apoiadores do ex-presidente, onde se institucionalizou a ideia de radicalização como estratégia.

Conclusão

A proposta de Eduardo Bolsonaro é tática — e simbólica. Ao oferecer conversas com Ciro Gomes, Rui Costa Pimenta e herdeiros do legado brizolista, pretende representar um “outro” discurso dentro da polarizada política brasileira. Resta saber se haverá disposição real para caminhar nesse diálogo — e se isso não representaria um choque político-cultural entre quem até ontem era considerado adversário irreconciliável.


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1 comentário em “Eduardo Bolsonaro diz que quer conversar com Ciro, dono do PCO, e brizolistas

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