Deputado comemora decisão dos EUA e pressiona Congresso por anistia ampla aos envolvidos nos atos golpistas sob ameaça de crise política

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL‑SP) saudou nesta quarta-feira (30) a sanção imposta pelos Estados Unidos ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, sob a Lei Global Magnitsky, classificando o fato como um “marco histórico” na atuação internacional contra abusos de autoridade no Brasil. Em nota divulgada nas redes sociais, afirmou que a comunidade internacional agora observa o país e que “abusos de autoridade agora têm consequências globais”.

Ao mesmo tempo, Eduardo apresentou uma condição: a eventual retirada das sanções dependeria diretamente da aprovação, no Congresso brasileiro, de uma “anistia ampla, geral e irrestrita” para todos os envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 em Brasília, incluindo seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo ele, a medida seria essencial para “restaurar a paz”, devolver liberdade aos perseguidos e mostrar ao mundo que o Brasil ainda valoriza a democracia.

A cúpula bolsonarista tem intensificado a pressão junto a parlamentares republicanos nos Estados Unidos e trabalhado pela aplicação das sanções contra autoridades brasileiras, numa tentativa de condicionar esse movimento à liberação dos detidos pelos protestos antidemocráticos. A estratégia, apontam jornalistas, teria sido articulada anteriormente em conjunto com aliados como Paulo Figueiredo em lives e reuniões com autoridades de Washington.

A decisão dos EUA incluiu Alexandre de Moraes na lista de estrangeiros sujeitos à Lei Magnitsky, o que resulta em bloqueio de bens sob jurisdição americana e proibição de transações financeiras com cidadãos ou instituições dos EUA. A ONG de direitos humanos considerou a medida uma resposta à atuação do magistrado no julgamento contra Bolsonaro, incluindo a autorização para tornozeleira eletrônica e monitoramento judicial do ex-presidente.

A articulação de Eduardo Bolsonaro tem sido alvo de investigação no STF por possíveis crimes de coação e obstrução à justiça, visto que a pressão busca interferir diretamente no andamento de projetos legislativos e nas decisões judiciais envolvendo os golpistas do 8 de janeiro.

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