Deputado tenta minimizar desgaste de Barroso e usá-lo como peça na narrativa de perseguição internacional

O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) usou as redes sociais para atacar o ministro Luís Roberto Barroso, chamando-o de “woke” e insinuando que sua aposentadoria antecipada do STF estaria vinculada à lei Magnitsky — dispositivo que permite sanções estrangeiras por violações de direitos humanos.
Segundo Eduardo, se Barroso realmente estivesse sob risco de sanções ou pressões externas, isso demonstraria que ele teria praticado atos “impróprios” no exercício do cargo — sugerindo, de maneira velada, envolvimento em condutas passíveis de retaliação internacional.

A estratégia política do deputado é clara: transformar a saída do ministro em caso de “perseguição jurídica” e reforçar a narrativa de que integrantes do STF estariam vulneráveis a sanções externas — em um momento em que a corte vive uma fase crítica de renovação interna e disputas simbólicas.

Chamar Barroso de “woke” — termo conotativamente crítico no universo político de direita — é também tentativa de deslegitimar sua atuação com o rótulo de ideólogo progressista, que Eduardo e sua base consideram antagônico aos valores conservadores que eles professam.

Esse tipo de ataque tem dupla função: desgastar a imagem pessoal de Barroso e mobilizar a militância politiqueira em torno da ideia de “inimigo judicial” que estaria sendo silenciado por pedidos de sanção internacional.

No entanto, tais insinuações carecem de provas claras. A lei Magnitsky já foi invocada em crises diplomáticas — inclusive por figuras políticas brasileiras — mas seu uso efetivo contra magistrados no Brasil ainda é altamente polêmico e arriscado.

Com o pano de fundo da aposentadoria de Barroso, a ofensiva de Eduardo Bolsonaro revela como o bolsonarismo tenta converter movimentos jurídicos em armas políticas — convertendo desgaste institucional em narrativa de vítima e perseguição.

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