Redação

Eduardo Bolsonaro, deputado federal licenciado, intensificou hoje a crise interna no bolsonarismo ao criticar diretamente o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, por sua postura diplomática em relação à tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos ao Brasil.

Em publicação no X, o filho do ex-presidente acusou Tarcísio de agir em “subserviência servil às elites” e de ser um “covarde” por não apoiar a imposição do chamado “tarifaço” defendido pelo clã Bolsonaro. Ele afirmou que o governador falhou em defender “nosso regime” e deixou claro esperar pouco de quem estaria alinhado com interesses industriais e comerciais externos.

Em resposta, o governador ressaltou que sua prioridade é proteger a indústria paulista, agronegócio, setor aeronáutico e o comércio do estado. Ele defende o diálogo com representantes dos Estados Unidos e posiciona-se como um mediador entre a direita bolsonarista e as pressões econômicas externas.

Essa troca de farpas ocorre num contexto de tensão: desde que o ex-presidente Donald Trump anunciou os 50% de tarifas, o bolsonarismo busca uma via conjunta para reagir politicamente e economicamente ao impacto sobre a indústria e o agronegócio .

Internamente, a briga revela divisões profundas: Eduardo Bolsonaro defende uma reação intransigente, exigindo anistia para Bolsonaro e pressão direta sobre o Supremo Tribunal Federal, enquanto Tarcísio aposta numa abordagem pragmática e negociadora com Washington .

O ex‑presidente Jair Bolsonaro, por sua vez, mantém-se publicamente neutro no embate, mas, nos bastidores, teria apoiado a atitude do filho, ressaltando a importância do lobby nos Estados Unidos.

Com esse novo confronto, o bolsonarismo se vê dividido entre a ala intransigente, que exigiu desde o início uma postura dura diante do STF e dos EUA, e a ala pragmática, que prioriza manter a sanidade econômica das regiões produtivas — sobretudo o estado de São Paulo.