Eduardo Bolsonaro promete “ir até as últimas consequências” por anistia: “será vitória ou vingança”
Ele reforça que só voltará ao Brasil se a anistia for aprovada e critica líderes do Congresso por tentarem consenso restritivo

O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) voltou a reafirmar sua disposição de lutar por uma anistia ampla, geral e irrestrita para seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, e demais condenados no processo da tentativa de golpe. Em post nas redes sociais, ele foi enfático: “será vitória ou vingança, mas não haverá submissão”.
A ambição de Eduardo esbarra em obstáculos políticos e jurídicos. Na Câmara, o presidente Hugo Motta (Republicanos-PB) tem defendido um texto de consenso institucional, enquanto o relator da matéria, deputado Paulinho da Força (SD-SP), busca uma proposta moderada que reduza penas — ele inclusive já rebatizou o PL da Anistia como “PL da Dosimetria”.
Paulinho da Força tem intensificado reuniões com diversas bancadas para construir um consenso, sublinhando que dialoga com ministros do STF para evitar que o projeto seja considerado inconstitucional.
Esse cenário ganha urgência diante do efeito simbólico do arquivamento da “PEC da Blindagem” no Senado — proposta que visava dificultar ações judiciais contra parlamentares — e da intensa mobilização social contrária à anistia e à impunidade.
Semana de perdas para Eduardo
A ofensiva pela anistia ocorre em meio a uma sequência de revezes para o deputado. Na segunda-feira, ele foi denunciado pela PGR ao STF por suposta tentativa de coação a ministros da Corte.
Na terça-feira, teve vetada sua indicação como líder da minoria na Câmara, o que poderia agravar penalidades por faltas, e questionou o presidente da Casa, Hugo Motta, afirmando sem provas que ele estaria “sofrendo extorsão” do ministro Alexandre de Moraes.
Também foi alvo de representação no Conselho de Ética, que investiga possível quebra de decoro parlamentar.
Além disso, a Câmara cobrou R$ 13,9 mil de faltas não justificadas, valor que ainda não foi quitado.
Eduardo Bolsonaro viveu parte desse período nos Estados Unidos, de onde tem articulado pressões diplomáticas e econômicas para favorecer seu projeto político.
Impasses e perspectivas
Para que uma anistia nos termos pretendidos por Eduardo Bolsonaro avance, será necessário ultrapassar resistências no Congresso e obter concordância do Supremo — que já sinaliza críticas à proposta.
Movimentos sociais, partidos de esquerda e setores institucionais mantêm forte oposição ao projeto de anistia, considerando-o uma ameaça ao princípio da responsabilização e uma facada na democracia.
Se Eduardo insiste em “ir até o fim”, ele o faz em um terreno cheio de armadilhas: limites legais, divergências partidárias e mobilização popular contrária. A aposta dele é politizar o embate e transformar a anistia em palanque — para ele, será “vitória ou vingança”, sem espaço para recuo.
Fonte: Reuters, Metrópoles