Revista britânica coloca o Brasil como exemplo de maturidade institucional e compara com retrocessos democráticos nos EUA

Brasília, 28 de agosto de 2025 – A revista britânica The Economist publica nesta semana uma análise que enaltece o Brasil como exemplo de maturidade democrática, enquanto os Estados Unidos enfrentam crescente autoritarismo sob o governo de Donald Trump. A comparação ocorre no contexto do início do julgamento penal de Jair Bolsonaro, acusado de liderar uma tentativa de golpe de Estado, que a revista enxerga como um sinal de fortalecimento das instituições brasileiras.

Segundo o editorial, o país está sendo testado como modelo de recuperação pós-populismo — ou melhor, como “caso de teste” para nações que precisam se reerguer após choques autoritários. A Economist destaca:

“Bolsonaro e seus aliados provavelmente serão considerados culpados. Isso torna o Brasil um caso de teste para avaliação da recuperação de países de uma febre populista.”

A publicação não poupa críticas a Washington. Para ela, os EUA “tornaram-se mais corruptos, protecionistas e autoritários” sob Trump, enquanto o Brasil segue firme na defesa da democracia — mesmo diante de sanções e pressões externas.

A ponte entre Brasil e Estados Unidos, segundo a revista, está se invertendo: agora quem pode ensinar lições de institucionalidade é o Brasil — e “o novo adulto diplomático do continente”.

Este artigo da Economist é um reconhecimento simbólico e real da resiliência institucional brasileira — e reforça uma narrativa necessária: resistir ao autoritarismo é sim uma questão de capacidade política e de coragem democrática. No momento em que o STF está prestes a julgar Bolsonaro, o país mostra que não tolera rupturas antidemocráticas, mesmo quando parte significativa da elite continua hesitante em romper com o legado vassalocrata bolsonarista.

Enquanto isso, os EUA, que se apresentam como bastião da democracia, se revelam vulneráveis a discursos autoritários, ataques às instituições e retrocessos concretos nos direitos civis.

O momento brasileiro abre oportunidade para reformas reais, não só estruturais, mas emocionais — reposicionando a política dentro dos trilhos do diálogo, da justiça e da razão, e não da polarização tumultuada.

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