Diplomacia de repúdio: delegações deixam plenário da ONU durante discurso de Netanyahu
Países protestam contra genocídio em Gaza ao abandonarem sessão da Assembleia Geral durante fala do premier israelense

Durante a 80ª Assembleia Geral da ONU em Nova York, representantes diplomáticos de diversos países deixaram o plenário em ato de protesto contra o discurso do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu. O gesto simboliza uma condenação expressa à postura de Tel Aviv no conflito com Gaza.
O episódio ocorreu antes mesmo do início do pronunciamento de Netanyahu, considerado por muitos diplomatas e ativistas como uma figura central na escalada de violência contra a população palestina. A própria cobertura afirma que, enquanto o premier tentava se posicionar, muitos diplomatas se retiraram em solidariedade à causa palestina e em crítica ao que consideram uma narrativa que legitima bombardeios e violações.
Entre as delegações que saíram estavam países que têm adotado posturas firmes em relação ao reconhecimento do Estado da Palestina, como França, Reino Unido e Canadá — o que aumenta o grau de isolamento diplomático de Israel na arena global. O gesto reforça uma linha crescente de resistência institucional frente ao alegado genocídio em curso em Gaza, com mais de 60 mil vítimas, em sua maioria civis.
O momento também revela um choque no tabuleiro diplomático: enquanto Israel tenta articular discurso de legitimidade, muitos países respondem com abstinência simbólica e recusa de participação presencial — ação que pode pesar nas votações e na construção da narrativa internacional.
Essa saída em massa do plenário da ONU pode não reverter decisões, mas torna explícito que a guerra em Gaza já ultrapassou o campo militar — virou questão moral, jurídica e diplomática. O recado está sendo dado: quem perpetua bombardeios contra civis não terá palco institucional ileso.
Fonte: Brasil247