Defesa nega golpe, acusa delator e diz que Bolsonaro foi “arrastado” ao 8/1
Enquanto rejeita provas e pacto golpista, advogado busca deslegitimar delação e apresentar Bolsonaro como vítima das circunstâncias

No segundo dia do julgamento da trama golpista, a defesa de Jair Bolsonaro subiu firme à tribuna do STF. O advogado Celso Vilardi foi direto: “não há uma única prova” ligando o ex-presidente ao golpe ou aos atos do dia 8 de janeiro. Segundo ele, Bolsonaro foi “arrastado” para os eventos, mas sempre agiu dentro da lei.
O foco passou pela delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid. Para Vilardi, ela foi forjada com vícios de vontade e cheia de contradições. “Mudou de versão inúmeras vezes”, declarou, ecoando relatório da PF que aponta “inúmeras omissões e contradições”. E finalizou: “esse homem não é confiável”.
Ele também ironizou as evidências reunidas: “recortes de conversas de WhatsApp, folhas soltas, agendas sem contexto. E ainda querem dizer que é golpe”, alfinetou sobre a “inacreditável” proposta da delação.
A alegação de descaso com provas estendeu-se à suposta minuta do plano golpista, considerada caricata pela defesa: “Pueril imaginar que Bolsonaro foi aos EUA, voltou e deixou uma minuta na mesa”.