Condenado, Dallagnol defende o PowerPoint: “Faria mil vezes”
Mesmo condenado, ex-procurador reafirma arrogância de acusador: celebra o PowerPoint que expôs Lula sem provas

Condenado pela Justiça de São Paulo a pagar R$ 135,4 mil ao presidente Lula por danos morais, o ex‑procurador Deltan Dallagnol reafirmou que não se arrepende da apresentação em PowerPoint apresentada em 2016 — e que “faria de novo mil vezes” se lhe fossem dada mil vidas.
A apresentação, que viralizou com o falso bordão “não temos provas, mas temos convicção”, colocava Lula como o centro de uma suposta “orquestra criminosa” da Petrobras, sem que sequer houvesse uma denúncia formal estruturada. A sentença considerou o PowerPoint ofensivo e desprovido de base legal, razão pela qual Lula obteve indenização moral .
Dallagnol se defendeu dizendo que agiu com base em “fortes provas” e acusou o Judiciário de proteger os corruptos. Em tom messiânico, afirmou:
“Fui condenado por fazer o que faria de novo mil vezes se eu tivesse mil vidas: colocar na cadeia, e não na presidência, aqueles contra quem surgem fortes provas de corrupção.”
Segundo reportagem, ele recebeu mais de R$ 500 mil em doações de mais de 12 mil seguidores para pagar a indenização. Garantiu que o montante excedente será doado a hospitais filantrópicos que atendem crianças com câncer e autismo, com prestação de contas prometida posteriormente .
A mensagem pública e religiosa de Dallagnol sensibiliza sua base: citou trecho bíblico para justificar a resistência política. Mas revela também a postura de quem confundiu espetáculo midiático com justiça, e preferiu o PowerPoint ao processo jurídico responsável — pagando o preço da condenação, mas mantendo a retórica da arrogância institucional.