CPMI do INSS dispara convocatórias: ministros e ex-presidentes no foco
Comissão mira comando da Previdência desde 2015 e desenterra nomeações suspeitas; poder, impunidade e esquemas à vista

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS deu o pontapé inicial na investigação dos descontos indevidos que sangraram aposentadorias e pensões — e fez isso mirando em todas as esferas de poder. O colegiado aprovou, nesta terça-feira (26), um pacote de 34 requerimentos que transformam a investigação em porta de entrada para responsabilizar quem esteve no comando da Previdência desde 2015.
A lista é poderosa — e incômoda. Estão na mira todos os ex-ministros da Previdência dos governos Dilma, Temer, Bolsonaro e Lula:
- Eduardo Gabas (Dilma Rousseff),
- Marcelo Caetano (Temer),
- José Carlos Oliveira e Onyx Lorenzoni (Bolsonaro),
- Carlos Lupi (Lula III),
- além do atual Wolney Queiroz como convidado oficial.
Mas não parou nos ministérios. A CPMI convocou dez ex-presidentes do INSS, responsáveis pelo instituto entre 2012 e 2025: Lindolfo Neto de Oliveira Sales; Renato Rodrigues Vieira; Leonardo José Rolim Guimarães; Alessandro Antonio Stefanutto; Elisete Berchiol da Silva Iwai; Guilherme Gastaldello Pinheiro Serrano; Glauco André Fonseca Wamburg; Leonardo de Melo Gadelha; Edison Antônio Costa Britto Garcia; e Francisco Paulo Soares Lopes.
Além disso, o colegiado estendeu convites a autoridades-chave como a diretora da CGU Eliane Viegas Mota, o delegado da PF Bruno Bergamaschi, e a representante da DPU Patrícia Bettin Chaves. Também será ouvido o advogado Eli Cohen, central para denunciar o esquema que levou à Operação “Sem Desconto” da PF.
Um rei do esquema, o chamado **“Careca do INSS” — Antônio Carlos Camilo Antunes — e o empresário Maurício Camisotti, suspeitos de operar a fraude, também entram na mira.
Para garantir a apuração completa, a CPMI aprovou acesso a documentos sigilosos da PF, STF, CGU, TCU (Tribunal de Contas da União) e órgãos de controle, além do apoio técnico de auditores e procuradores federais.
O relator Alfredo Gaspar (União‑AL) definiu as seis frentes da investigação: desde o mapeamento do esquema aos responsáveis, dos impactos às falhas institucionais — com prazo de 180 dias e potencial para embasar punições e reforma automática.
Faltou o SATANARO.