Ativista oposicionista usa prestigioso prêmio como palanque para clamar por ingerência estrangeira contra o chavismo

A líder oposicionista venezuelana María Corina Machado — recém-condecorada com o Prêmio Nobel da Paz de 2025 — gerou fortes reações ao advogar publicamente por intervenção dos EUA na Venezuela. Em entrevista à CNN com Christiane Amanpour, Machado acusou o governo de Nicolás Maduro de “guerra contra o povo” e clamou direto por ação de Trump contra o regime chavista.

Segundo ela, após a eleição de 2024 — que ela e seus aliados rejeitam reconhecer — o Estado venezuelano teria se transformado em uma “estrutura criminosa”, sustentada por tráfico de drogas, ouro e armas. Portanto, argumenta, só uma intervenção externa poderia frear esse “terror institucional”.

O que chama atenção é o contraste entre o status simbólico ligado ao Nobel da Paz e o discurso belicoso que Corina adota ao defender ingerência estrangeira no país vizinho. Muitos críticos apontam: como nome da paz, ela legitima teorias de ocupação e retoma a velha cartilha imperialista que historicamente massacrou países latino-americanos.

Tratado como ato heroico por parcelas da direita internacional, o discurso de Corina reacende as chagas coloniais: a dependência rumo aos EUA, como se Caracas não tivesse condições de resolver sua crise internamente. Seus defensores chamam isso de “ato de coragem” — nós, de capitulação política.

A oposição venezuelana — amplificada por forças externas — já havia adotado há anos a estratégia de criminalizar o chavismo em nome da “democracia”. Agora, com o peso do Nobel, Machado tenta regar o terreno para maior legitimidade internacional. Mas até onde vai esse apoio externo? E quem pagará o preço dessa aventura intervencionista?

Compartilhe:

Deixe comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos necessários são marcados com *.