Entidade protesta contra escolha da venezuelana ao Prêmio Nobel da Paz 2025 e afirma que laureada não representa seus valores

O Conselho Norueguês da Paz declarou nesta sexta-feira que não realizará a tradicional procissão com tochas em Oslo, evento anual que celebra o Prêmio Nobel da Paz, como forma de protesto à nomeação de María Corina Machado como laureada de 2025. A decisão marca um rompimento simbólico inédito com uma tradição que se repetia há mais de sete décadas.
A entidade justificou que os valores e métodos atribuídos à premiada venezuelana não condizem com os “princípios fundamentais do movimento pela paz” que representa. Em nota oficial, afirmou que “não sente que a ganhadora deste ano esteja em consonância com nossos valores de diálogo e não-violência como organização”.
Apesar da suspensão do evento simbólico, a homenagem oficial ao Nobel permanece válida, segundo determinação do Comitê Nobel Norueguês, e a entrega da distinção a María Corina Machado segue conforme cronograma previsto para dezembro de 2025.
A repercussão da medida ecoa além da Noruega. Ativistas internacionais, especialmente no Sul Global, consideram a decisão como evidência de que o prêmio vive sua maior crise de legitimação em décadas — com alegações de que o processo estaria se tornando instrumento de geopolítica e não de construção de paz.
Para analistas e para aqueles alinhados à agenda da soberania nacional, o episódio reforça a necessidade de questionar a hegemonia ocidental em institutos de premiação e celebração internacional. A escolha da venezuelana e o protesto norueguês são interpretados como indicadores de que a ordem mundial está sendo reconfigurada — e que o Sul Global não aceitará mais imposições simbólicas sem reação.

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