Brasil aceita dialogar, mas só com ligação preparada e foco no tarifaço. Em Brasília, Lula reforçou que há limite de briga com o governo americano e que o país negocia como nação soberana.

O Itamaraty trabalha com prudência e colocou na mesa a condição de Lula para telefonema com Trump: a conversa só ocorre se vier preparada tecnicamente e restrita à pauta comercial, sem instrumentalização política. A diplomacia quer evitar improviso num momento em que os EUA impõem sobretaxa geral e tentam misturar comércio com disputas internas do Brasil.

No Encontro Nacional do PT neste domingo (3), Lula reforçou a linha: “tenho um limite de briga com o governo americano”. Segundo ele, a defesa do Brasil exige falar “o necessário”, sem bravata, para proteger empresas, empregos e a soberania na mesa de negociação.

Do lado de Washington, Trump disse aceitar falar “quando [Lula] quiser”. O Planalto respondeu que o Brasil está aberto ao diálogo, mas reitera que os EUA precisam demonstrar disposição real para negociar — e não apenas produzir gesto midiático.

O impasse nasce do tarifaço de 50% anunciado por Trump, com vigência imediata, medida que a imprensa internacional já descreve como escalada política com efeitos comerciais amplos.

Lula repetiu que as propostas brasileiras já estão na mesa — apresentadas por Geraldo Alckmin e Mauro Vieira — e que o governo seguirá defendendo trabalhadores e empresas sem transformar a crise em “queda de braço” pessoal. A diretriz é manter canais técnicos abertos e blindar a agenda comercial de ingerências externas.

Em tom de soberania, o Planalto também sinaliza que o Brasil não negocia Justiça nem democracia: tentativas de atrelar tarifas a processos contra figuras da vassalocracia serão tratadas como pressão política, não como base de acordo.

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