Redação

Ciro Gomes confirmou, em reunião nesta segunda-feira (14/07), que vai deixar o PDT e retornar ao PSDB, partido onde atuou entre 1988 e 1996. O encontro, realizado na casa do deputado Adolfo Viana (BA), contou com a presença de caciques tucanos como Tasso Jereissati, Marconi Perillo e Aécio Neves. Foi ali que o ex-presidenciável anunciou: sua filiação ao PSDB está decidida.

Em Brasília, Ciro deixou claro que já inicia os preparativos para a eleição de 2026 — quando pretende concorrer ao governo do Ceará. Em sua visão, tomar o Estado do PT significaria não apenas reconquistar um reduto histórico da família Gomes, mas enfraquecer a hegemonia petista na região .

A formalização da mudança de legenda deve ocorrer entre agosto e setembro, segundo anunciam interlocutores. O PSDB já considera Ciro uma peça estratégica, enxergando nele a chance de recuperar espaço no Nordeste – hoje dominado pelo PT.

A vinda de Ciro deve trazer consigo correligionários do PDT, consumando um enfraquecimento significativo do partido após um ciclo de ais política. Para o PSDB, é a oportunidade de resgatar um líder experiente, com trânsito eleitoral e raízes no Ceará — essencial para reabrir a disputa naquela região.

Internamente, o movimento é visto como realinhamento ideológico: Ciro, já ex-ministro de Lula e ex-candidato de oposição moderada, se aproxima agora de um centro-direita que busca candidatura competitiva, criticando o PT e mirando o comando do Estado cearense.

O PDT perde assim não apenas um de seus principais nomes nacionais, mas também um símbolos de ruptura com o bolsonarismo. O PSDB, por sua vez, protege seu legado do centrão e retoma ambições regionais, reforçando sua base com a popularidade de um nome de peso.

O que se desenha à frente é uma disputa quente no Ceará: um embate entre Ciro e o PT local, com retórica renovada e estratégia reposicionada. A novela política segue, com a virada estrutural operando dentro dos bastidores partidários — e com o Ceará como palco principal.