Em movimento estratégico rumo a 2026, o ex-governador do Ceará volta à sigla pela qual foi eleito em 1990

O ex-governador e ex-ministro Ciro Gomes oficializou nesta sexta-feira (17) sua saída do Partido Democrático Trabalhista (PDT), legenda à qual estava filiado desde 2015.
Horas depois, foi anunciada a sua filiação ao Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) no Ceará, conforme confirmação do presidente estadual da sigla, Ozires Pontes.
O retorno de Ciro ao PSDB, partido que o elegeu governador do Ceará em 1990, marca uma guinada estratégica: ele agora se coloca ao lado de Aécio Neves e do grupo que assume função de oposição ao governo Lula.

De acordo com Ozires Pontes, a cerimônia de recepção de Ciro ao PSDB está marcada para quarta-feira, 22, em Fortaleza. Ele afirmou que o ex-senador Tasso Jereissati foi o “principal responsável” por convencer Ciro a voltar à sigla.
No anúncio, também foi deixado claro que Ciro deve disputar o governo do Ceará em 2026: “O Ceará quer Ciro de novo”, declarou Ozires.

A movimentação revela duas dimensões fundamentais: primeiro, a busca por Ciro de um novo espaço político mais longe do setor lulista e mais alinhado à oposição que se forma no país. Segundo, o reforço da estratégia de siglas como o PSDB em fortalecer suas bases regionais com quadros relevantes para 2026, inclusive buscando capital político fora dos próprios núcleos tradicionais.

Para o Brasil, esse realinhamento de Ciro Gomes representa muito mais do que uma mudança de legenda: simboliza o endurecimento da disputa política no Sul Global, onde alianças e repositionamentos estratégicos se tornam armas para enfrentar o eixo do poder concentrado, o neoliberalismo e a lógica vassalocrata. Afinal, a esquerda progressista brasileira está obrigada a interpretar e reagir a essa nova configuração de poder — porque não há neutralidade neste momento histórico.

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