Após o anúncio de sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros, Pequim condena o protecionismo americano e sinaliza expansão de cooperação aeroespacial com o Brasil.

A postura ofensiva dos Estados Unidos ao anunciar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, a partir de 1º de agosto de 2025, gerou reação firme da China. O porta-voz da chancelaria chinesa, Mao Ning, classificou a medida como tentativa de coerção à soberania do Brasil, criticando o uso de tarifas como instrumento de intimidação diplomática.

Na resposta oficial, a China afirmou que “princípios de igualdade soberana e não interferência nos assuntos internos” devem guiar as relações internacionais, e que os EUA não podem usar barreiras tarifárias para pressionar governos soberanos. O Brasil, por sua vez, reafirmou que não negociará sua autonomia sob chantagem comercial.

Ao mesmo tempo, analistas destacam que a crise tarifária favorece a intensificação das relações Brasil–China. A chancela de políticas multilateralistas reforça o trunfo brasileiro dentro do bloco BRICS e abre espaço para uma parceria mais estratégica com Pequim.

Nesse contexto, avança o interesse chinês em ampliar cooperação com a Embraer. A empresa brasileira já busca consolidar sua presença na China com vendas de jatos E-Jets e integração de fornecedores chineses à sua cadeia global. A aproximação passa por conversão de aeronaves, certificação de modelos e novos negócios de logística aérea com parceiros chineses.

A Embraer enfrenta impacto direto das tarifas americanas — o presidente da empresa alerta que cada aeronave pode ter custo adicional de até US$ 9 milhões, o que ameaça toda sua receita gerada nos EUA. A sobretaxa equivale a um “embargo nas operações” da empresa no maior mercado de seus jatos executivos e regionais.

No entanto, a China surge como saída diplomática e comercial. O investimento chinês no setor aeroespacial brasileiro ganha centralidade, com projetos e parcerias nutricionais para fortalecer a indústria nacional e reduzir a dependência de Washington.

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