China acusa EUA de violar trégua comercial e promete retaliação firme
Pequim reage às acusações de Trump sobre exportações de minerais estratégicos e denuncia medidas discriminatórias dos EUA

A tensão entre China e Estados Unidos voltou a escalar após declarações do presidente Donald Trump, que acusou Pequim de ter “violado totalmente” o acordo firmado entre os dois países sobre o comércio de minerais estratégicos. Em resposta, o Ministério do Comércio da China acusou Washington de romper os termos da trégua comercial firmada em maio e prometeu adotar contramedidas.
Segundo o governo chinês, os EUA “violaram seriamente” o entendimento alcançado em Genebra, que previa a suspensão parcial das tarifas sobre produtos como terras raras — elementos cruciais para setores como energia limpa, defesa e tecnologia — e o destravamento do comércio desses materiais estratégicos para empresas americanas.
Pequim afirma que tem cumprido rigorosamente suas obrigações, mas que os Estados Unidos vêm implementando “uma série de medidas discriminatórias e restritivas” que prejudicam os direitos e interesses legítimos da China. Entre as ações citadas estão o veto global ao uso de chips da Huawei, a suspensão da venda de softwares de design de semicondutores e o cancelamento de vistos para estudantes chineses.
O estopim para o novo embate foi o ritmo considerado insatisfatório, por parte dos EUA, na concessão de licenças de exportação de terras raras. Segundo fontes próximas ao governo americano, a Casa Branca esperava que o acordo de 12 de maio revertesse as restrições anunciadas por Pequim em abril, o que ainda não ocorreu de forma plena.
Apesar das críticas, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, declarou estar otimista de que Trump e Xi Jinping possam resolver o impasse por meio de uma conversa telefônica que, segundo assessores da Casa Branca, pode ocorrer ainda nesta semana.