China acusa EUA, Japão e Coreia de Sul de interferência após declaração conjunta sobre Taiwan
Porta-voz chinês rejeita de forma firme comunicado tripartite, afirma violação do princípio de uma só China e pede respeito à soberania territorial

China acusa comunicação tripartite de interferência
Beijing reagiu com forte desaprovação ao comunicado recente dos ministérios das Relações Exteriores dos Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul, que expressou preocupação com o aumento de atividades desestabilizadoras no Estreito de Taiwan e reivindicações marítimas no Mar do Sul da China.
Principais declarações da China
- O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Guo Jiakun, disse que o pronunciamento conjunto “interfere nos assuntos internos da China” e difama o país.
- Segundo Guo, a questão de Taiwan é inteiramente interna à China, e o princípio da “Uma Só China” (one-China principle) é inegociável.
- Ele apontou que a maior ameaça à paz no Estreito de Taiwan vem das forças separatistas da “independência de Taiwan” e do apoio externo a elas.
- Sobre o Mar do Sul da China, Guo afirmou que o país defenderá firmemente sua soberania marítima, mas se compromete a resolver diferenças via diálogo com outras nações.
Contexto e implicações
- O comunicado tripartite foi emitido após reunião diplomática entre os chanceleres dos EUA, Japão e Coreia do Sul em Nova York, onde manifestaram preocupação com ações que consideram provocativas ou desestabilizadoras próximas de Taiwan e com reivindicações marítimas não reconhecidas no Mar do Sul da China.
- A China há muito considera Taiwan parte de seu território e rejeita qualquer reconhecimento internacional de sua independência. O governo chinês costuma tratar com veemência declarações de países externos que abordam Taiwan como questão de interesse regional ou internacional.
- Esse tipo de incidente reforça tensões diplomáticas na Ásia-Pacífico, especialmente entre China e parceiros ocidentais ou aliados como Japão e Coreia do Sul.
Consequências possíveis
- A China pode elevar sua diplomacia de resposta, inclusive com protestos formais, rotas diplomáticas e notas oficiais.
- Pode haver reforço de sua presença militar ou naval nas áreas marítimas disputadas ou no Estreito de Taiwan, como forma de demonstrar poder e dissuasão.
- A declaração pode também fortalecer alianças entre EUA, Japão e Coreia do Sul, já que reações comuns contra a China tendem a aproximar esses países em fóruns de segurança regional e cooperação estratégica.
Fontes
- Reuters — “Top diplomats from US, South Korea, Japan voice concern on Taiwan Strait”
- VOV World — “China opposes US-Japan-South Korea joint statement regarding China’s Taiwan”