Lula impõe sigilo por 5 anos no processo de extradição de Carla Zambelli
AGU classifica documentos como “estratégia jurídica de Estado” e restringe acesso até 2030

O governo Luiz Inácio Lula da Silva determinou sigilo de cinco anos aos documentos e informações enviados pela Advocacia-Geral da União (AGU) à Itália relacionados ao processo de extradição da deputada Carla Zambelli (PL-SP). A medida foi confirmada em resposta a um pedido de acesso via Lei de Acesso à Informação.
A AGU justifica a classificação como sigilosa afirmando que os materiais envolvem “estratégia jurídica de defesa dos interesses do Estado brasileiro”, o que estaria protegido pelo sigilo profissional. Segundo o órgão, esse sigilo impede a divulgação até 2030.
Carla Zambelli foi condenada em 2024 pelo STF à pena de 10 anos de prisão por envolvimento na invasão hacker do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Após deixar o Brasil em maio, ela foi presa na Itália, onde aguarda julgamento da extradição.
A controvérsia reacende debates sobre transparência, o papel do Estado e os limites do sigilo em processos de alto impacto político. Especialistas apontam que, embora seja prerrogativa da AGU proteger estratégias jurídicas, o sigilo prolongado pode dificultar o controle público e reforçar impunidade.