Setor do agronegócio enfrenta prejuízo histórico com sobretaxas e revê estratégia de mercado diante da queda drástica nas vendas

A imposição de tarifas punitivas pelos EUA causou um colapso nas vendas de carne bovina do Brasil. Após atingir recorde em abril, com quase 48 mil toneladas exportadas, o volume despencou mais de 60% em junho, e aproxima-se de uma queda de 80% em julho, com menos de 10 mil toneladas embarcadas até o dia 21. O impacto econômico recai diretamente sobre produtores, frigoríficos e milhares de trabalhadores do campo.

Especialistas do setor apontam que a alíquota escalonada – iniciada com 10% e prestes a saltar para 50% – está inviabilizando a competitividade da carne brasileira no segundo maior mercado global. A resposta imediata tem sido a suspensão de exportações aos EUA e o redirecionamento dessas cargas para mercados alternativos, num movimento urgente de fuga dessa armadilha tarifária.

Para o agronegócio, a situação representa um duro lembrete da fragilidade de sua estratégia: a dependência estrutural de um único mercado externo expõe o Brasil ao risco elevado de medidas protecionistas e chantagens políticas. A solução, clamam entidades da área, passa por diversificar destinos, ampliar acordos comerciais com a América Latina, Europa e Oriente Médio, e fortalecer o consumo interno.

O momento exige também protagonismo do Estado: é preciso ativar políticas públicas que apoiem os pequenos produtores e unidades regionais, investir em infraestrutura logística e barganhar com aliados internacionais na construção de blocos comerciais que rompam o poder econômico das grandes potências.

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