Transação bancária entre Carlos Bolsonaro e empresário endividado acende sinal de desconfiança sobre influência e blindagem no clã

O vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (PL), recebeu R$ 700 mil em uma única transferência de Mário Pimenta de Oliveira Filho, empresário do setor automotivo que enfrenta diversos processos trabalhistas — uma transação que, segundo a Polícia Federal (PF), acende o sinal vermelho para possíveis irregularidades políticas. A movimentação ocorreu entre 1º de setembro de 2023 e 22 de agosto de 2024.

O empresário, até então dono de duas oficinas mecânicas — a Big Box Veículos LTDA e a Oficina de Freios Esquina da Vila Ltda, ambas localizadas na Zona Norte do Rio — teve as empresas encerradas — uma desde março de 2024, outra ao menos desde maio de 2025. Durante o mesmo período, ex-funcionários do empresário recorreram ao Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (TRT-1) para cobrar dívidas trabalhistas no valor de R$ 25 mil relativas a férias e FGTS, que culminaram em acordos judiciais.

A coincidência dos valores e datas entre o pagamento recorde a Carlos e os acordos trabalhistas conclui uma narrativa sombria: enquanto os trabalhadores batalhavam por seus direitos mínimos, uma soma milionária transitava entre o poder político e um empresário já condenado pela Justiça do Trabalho. O relatório da PF registra que se tratou de uma única operação financeira entre as partes.

Esse episódio reforça o alerta sobre a perpetuação do privilégio bolsonarista em forma de transações suspeitas. Quem prega moralidade e austeridade, na prática, se alia com quem dribla direitos trabalhistas enquanto recebe vultosos recursos. O trâmite exige transparência, fiscalização e reparação — porque justiça não pode recuar diante do peso econômico do clã.

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1 comentário em “R$ 700 mil de empresário com dívidas trabalhistas para Carlos Bolsonaro levantam alerta por suspeita política

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