Aflição da família é usada como vitrine política; Carlos diz que Bolsonaro teve uma crise de soluços constantes e episódios de vômito

Brasília — O vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) voltou a dramatizar o estado de saúde do pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, ao relatar uma crise de soluços constantes e episódios de vômito: “quem aguenta esses soluços ininterruptos? É de rasgar o coração”, disse nas redes. A postagem serviu também para mobilizar empatia política e reforçar uma narrativa de perseguição institucional.

Segundo relato de Carlos, a família chegou a considerar levar Jair a um hospital para avaliação médica mais profunda. Michelle Bolsonaro teria atuado para “proporcionar conforto” no momento de crise. Enquanto isso, médicos foram acionados para prestar atendimento domiciliar emergencial.

Fontes médicas ouvidas por veículos independentes afirmam que episódios de soluço prolongado ou vômito devem sempre ser acompanhados com cautela, mas eles não confirmam prognóstico grave. O uso público dessa situação, porém, parece transcender a esfera pessoal e ingressar no âmbito simbólico e político — especialmente para um grupo que se vale da “martirização” política como estratégia.

Para além do momento dramático, há indícios de que esse tipo de relato cumpriria função política: gerar comoção, mobilizar redes de apoio e reforçar uma narrativa de vítima de perseguição judicial. Enquanto isso, discursos de humanização coexistem com ataques ininterruptos às instituições que ordenaram sua prisão domiciliar.

A crise de saúde de Jair Bolsonaro não é apenas um caso isolado. É peça de uma engrenagem maior, onde saúde, poder e imagem se intertornam. E cabe à imprensa independente, aos movimentos democráticos e à sociedade questionarem: até quando a dor vira marketing político e a vulnerabilidade pessoal é convertida em instrumento de manipulação?

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