Após prisão em Roma, deputada enfrentará Justiça italiana em audiência que decidirá sobre extradição ou liberdade.

A deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) será ouvida pela Justiça italiana na próxima sexta-feira, 1º de agosto, em feira audiência de custódia marcada para as 11h (horário local), na Corte de Apelação de Roma.

Zambelli, presa na terça-feira, 29 de julho, está detida no presídio feminino de Rebibbia, na periferia da capital italiana. Durante o interrogatório, o juiz responsável perguntará à parlamentar se ela aceita ser extraditada ao Brasil ou prefere que o processo siga na Itália.

Caso escolha permanecer em solo italiano, o trâmite de extradição poderá se estender por até um ano e meio a dois anos, com decisões que podem incluir prisão domiciliar, manutenção da detenção ou liberdade provisória enquanto os recursos são analisados.

A defesa de Zambelli afirma que ela busca não ser extraditada e insiste que será julgada com imparcialidade e justiça na Itália. Em vídeo divulgado, a deputada afirmou que, se for condenada, cumprirá pena no país europeu, que considera “justo e democrático”. O advogado Fábio Pagnozzi reafirmou que Zambelli se entregou às autoridades e está à disposição do Judiciário local.

A localização dela só foi descoberta após denúncia do deputado italiano de esquerda Ângelo Bonelli (Europa Verde), que forneceu o endereço às autoridades. Ele era crítico da deputada e agora é homenageado por movimentos sociais no Brasil, que veem sua atuação como relevante para a cooperação internacional em temas de justiça.

Do outro lado, Eduardo Bolsonaro interveio publicamente pedindo à Itália que não extradite Carla Zambelli, criticando o ministro do STF Alexandre de Moraes, sancionado pelos Estados Unidos sob acusação de violações de direitos humanos. Eduardo chegou a mencionar que outros pedidos de extradições contra Moraes, na Espanha e na Argentina, foram rejeitados pelas autoridades internacionais.

Este conflito intensifica a crise institucional entre Brasil e Itália, ao mesmo tempo em que evidencia movimentos políticos que buscam instrumentalizar a situação para legitimar narrativas de perseguição política e reforçar tensões diplomáticas. A extradição da deputada — ou falta dela — pode se tornar um símbolo do embate entre soberania nacional, justiça internacional e articulações políticas transnacionais.

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