Responsável pelo esquema de fintechs do PCC ostentava papel de confiança: prisões, viagens ao lado de Tarcísio e retorno imediato à ativa expõem farra institucional e blindagem corrupta

O capitão da Polícia Militar Diogo Costa Cangerana, preso na Operação Tai‑Pan — que desbaratou um esquema bilionário de lavagem de dinheiro via fintechs ligadas ao Primeiro Comando da Capital (PCC) — surpreendeu ao retornar ao serviço ativo pouco tempo após sua detenção. Segundo o Estadão, Cangerana participou de 25 comitivas oficiais do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) nos últimos dois anos, o que inclui viagens estratégicas a Brasília para encontros com ministros do STF, o presidente da Câmara e o ministro da Fazenda.

Até dezembro de 2024, ele cumpria funções na Casa Militar do Palácio dos Bandeirantes. Só em setembro de 2024 foi transferido para o 13º Batalhão da PM, responsável pelo policiamento da Cracolândia. Em imagens oficiais, aparece ao lado de Tarcísio em eventos públicos, mas a assessoria do governo justifica que sua atuação era meramente operacional, como qualquer policial destacado em escala.

A Operação Tai‑Pan, realizada pela Polícia Federal em novembro de 2024, revelou que Cangerana foi um dos principais articuladores do chamado “sistema financeiro do crime”, abrindo contas em fintechs usadas para a movimentação de recursos do PCC. O esquema chegou a movimentar R$ 6 bilhões em cinco anos.

Para muitos, essa sequência expõe o peso do crime dentro das próprias instituições de segurança — um exemplo claro de como “maçãs podres” são protegidas sob a fachada operativa. E enquanto Tarcísio tenta se desvincular do escândalo, afirmando que se trata de um “ato isolado”, a sociedade exige respostas claras e punições rigorosas, não blindagens burocráticas.

Fonte: Diário do Centro do Mundo — Kiko Nogueira (30 de agosto de 2025)

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