Moradores relatam buzinaço, presença policial constante e protestos nos portões; tensão crescente leva parte dos vizinhos a pedir expulsão do ex-presidente.

A prisão domiciliar de Jair Bolsonaro, decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, trouxe uma nova realidade para os moradores do condomínio Solar de Brasília, no Jardim Botânico (DF) — e nenhum deles está satisfeito.

Moradores relatam, via grupos de WhatsApp, buzinaço, presença excessiva de apoiadores, barulho de cornetas e policiamento constante nas redondezas. Um deles resumiu: “Tá uma loucura aqui fora!! Quero chegar em casa. Buzinaço, polícia, corneta, um inferno.” Outro questionou com ironia: “Podia levar de uma vez para a Papuda. Ele vai pra lá mesmo.”

A situação motivou a mobilização interna: parte dos condôminos está organizando um abaixo‑assinado para expulsar Bolsonaro do residencial, alegando que sua presença alterou radicalmente a rotina pacata do local e deixou todos em estado de alerta. Alguns moradores temem até a instalação de acampamentos de simpatizantes na entrada do condomínio.

Ameaça política vem acompanhada de incômodo urbano e diplomático. Na mesma noite, apoiadores saíram em carreata e buzinaram em frente ao condomínio com gritos de “O Brasil vai parar” e “Fora, Moraes”, reforçando a tensão e exigindo reforço policial.

Condomínio de alto padrão, o Solar abriga dezenas de famílias com realidade privilegiada — mas agora envolta em incerteza. A presença constante da Polícia Federal e o risco de manifestações abertas assustam a vizinhança, e muitos questionam: até quando o local seguirá servindo de palanque e palco?

Enquanto Bolsonaro cumpre determinação judicial com tornozeleira eletrônica, busca limitada de visitantes e proibição de uso de celular, os vizinhos lidam com uma realidade indesmentível: a prisão domiciliar dele transformou um lar em cenário de batalha política e impacto comunitário irreversible.

Compartilhe:

Deixe comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos necessários são marcados com *.