Aliados afirmam que câncer de Bolsonaro pode ajudar a gerar votos pró-anistia
Diagnóstico é visto como fator de mobilização eleitoral por seguidores; pressão sobe para votação rápida do projeto de anistia

Aliados próximos de Jair Bolsonaro avaliam que o recente diagnóstico de câncer de pele pode se traduzir politicamente em vantagem para ele, especialmente no debate sobre o projeto de anistia que tramita no Congresso. Eles acreditam que o estado de saúde fragilizado pode sensibilizar eleitores, gerando empatia e reforçando narrativas de perseguição política. =
Segundo reportagem do Diário do Centro do Mundo, aliados veem chance de que eleitores passem a apoiar mais vigorosamente a proposta de anistia para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro, se associada à ideia de “justiça para quem sofreu perseguição injusta”. Essa leitura, ainda que arriscada, é usada para pressionar a Câmara dos Deputados a acelerar a tramitação do texto. =
Os principais argumentos de seus apoiadores:
- O diagnóstico traz visibilidade e compaixão da população, o que pode reforçar a narrativa de que Bolsonaro está sendo alvo de tratamento político pesado;
- A situação de saúde agravada justificaria regime carcerário mais brando ou alternativas como prisão domiciliar, numa articulação que tem gerado debates no STF;
- A proximidade temporal entre o anúncio do câncer e a aprovação do regime de urgência para o projeto de anistia reforça para seus aliados que há uma correlação política entre ambos — e que a opinião pública pode sentir que uma decisão rápida seria um gesto de clemência ou humanidade.
Possíveis riscos e críticas
Entretanto, críticos alertam que explorar politicamente problemas de saúde pode parecer exploração da vulnerabilidade — o que poderia gerar repercussões negativas, inclusive eleitoralmente, se houver percepção de que há oportunismo ou falta de transparência. Também há risco de judicialização, com o STF podendo ser pressionado por pedidos humanitários, mas também resistir conforme jurisprudência.