Câmara retoma voto secreto para autorizar investigações contra parlamentares após aprovação da PEC da Blindagem
Embora destaque que excluía “secreto” no texto tenha vencido, tentativa de restabelecer regra ainda mobiliza deputados

Depois de aprovar o texto-base da PEC da Blindagem, a Câmara dos Deputados voltou a analisar dispositivo que permite o voto secreto para autorizar processos criminais contra deputados e senadores. A previsão estava originalmente incluída no substitutivo que facilita que parlamentares flagram investigações e prisões apenas com aval da Casa Legislativa.
Na madrugada do dia 17 de setembro, os deputados votaram um destaque apresentado pelo partido Novo para excluir o termo “secreto” da regra que determina autorização para abertura de ação penal no STF. O destaque foi aprovado por 174 parlamentares, mas a proposta de manter voto secreto recebeu 296 votos — insuficientes para atingir o mínimo constitucional de 308 exigidos para mudança em emenda à Constituição.
Com isso, no texto aprovado, o voto para que parlamentares sejam processados criminalmente deverá ser aberto, e não mais secreto. Esse ponto representa uma vitória da transparência para opositores da PEC, mas permanece o caráter polêmico das outras regras da proposta, como a exigência de autorização legislativa prévia e a ampliação do foro para presidentes de partidos.
Defensores do voto secreto afirmam que ele protege parlamentares contra pressões externas e chantagens políticas do Judiciário. Já críticos argumentam que o sigilo favorece impunidade e dificulta o escrutínio público sobre como os representantes legislativos decidem abrir ou não processos contra seus pares.
Fontes
- Agência Brasil — “Câmara derruba voto secreto em PEC da Blindagem por falta de quórum”
- Câmara dos Deputados — “Câmara aprova em 2º turno o texto-base da PEC das Prerrogativas”
- Migalhas — “Câmara aprova PEC da blindagem que protege parlamentares de processos”
- Agência Brasil — “PEC da blindagem é aprovada por deputados e vai ao Senado: texto retoma voto secreto…”