BRICS lançará fundo de garantia para atrair investimentos aos países membros
Iniciativa do NDB criará mecanismo que pode mobilizar até dez vezes mais capital privado que o valor garantido

O grupo BRICS está prestes a lançar um fundo de garantia multilaterais sob o guarda-chuva do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), buscando reduzir custos de financiamento e impulsionar investimentos em infraestrutura, adaptação climática e desenvolvimento sustentável. A medida fortalecerá a agenda financeira liderada pelo Brasil durante sua presidência rotativa.
Como funcionará o fundo
Batizado de Mecanismo de Garantia Multilateral dos BRICS (BMG), o novo instrumento será incubado dentro do NDB e funcionará de forma semelhante à Agência de Garantia de Investimento do Banco Mundial. Utilizará recursos já disponíveis no NDB, sem necessidade de aporte adicional dos países membros, e prevê que cada dólar de garantia mobilize entre cinco e dez dólares em investimentos privados.
Status atual e previsão de funcionamento
A proposta já recebeu aprovação técnica dos países membros. Resta apenas o aval formal dos ministros de Finanças, considerado uma etapa burocrática. A expectativa é que os detalhes sejam anunciados durante a cúpula do BRICS no Rio de Janeiro. O fundo tem previsão para iniciar operações técnicas ainda em 2025, com os primeiros projetos-piloto recebendo cobertura a partir de 2026.
Relevância diante da instabilidade global
Com o cenário econômico global pressionado pelas incertezas das políticas norte-americanas, o fundo visa atuar como alavanca para investimentos em economia real nos países emergentes. O uso da solidez do NDB, que tem classificação de crédito superior à maioria dos integrantes do bloco, reduz o risco percebido por investidores institucionais e bancos comerciais.
Impacto político e simbólico
A criação do fundo envia um recado político forte: o BRICS continua atuante e propondo soluções econômicas próprias, reforçando a autonomia financeira e institucional do bloco. No contexto da presidência brasileira do grupo, o país ganha protagonismo ao liderar uma medida concreta que pode fortalecer a cooperação entre os membros.