Brasil planeja enviar comitiva aos EUA para negociar tarifaço na próxima semana
Governo Lula articula missão diplomática em Washington para pressionar fim das sobretaxas de 50% impostas por Trump

O governo brasileiro decidiu dar o passo decisivo: uma comitiva — liderada pelos ministros Fernando Haddad (Fazenda), Mauro Vieira (Relações Exteriores) e Geraldo Alckmin (Indústria, Comércio e vice-presidência) — está programada para seguir para Washington na próxima semana com o objetivo de negociar a retirada das tarifas de até 50% impostas pelos EUA às exportações brasileiras.
A missão ocorre poucos dias após o encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, no qual o Brasil registrou avanço no diálogo, mas constatou que a mera conversa não basta: é preciso transformar compromisso em ação.
Fontes no Planalto indicam que o foco da viagem será pressionar os EUA a suspenderem imediatamente a sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros, bem como tratar de sanções e outros entraves comerciais que afetam a soberania econômica do país.
A equipe negociadora brasileira terá de enfrentar uma agenda diplomática apertada. Do outro lado, o governo Trump tem outras prioridades — como a cúpula da Cooperação Econômica da Ásia‑Pacífico (APEC) em Seul — o que coloca o Brasil em posição de urgência para assegurar avanços antes que o tema seja deslocado para segundo plano.
Para o Brasil, esta não é apenas uma negociação técnica: é uma oportunidade de virar o jogo histórico da submissão comercial e de reforçar o projeto de industrialização nacional, com valor agregado aos insumos, geração de empregos e tecnologia no território. A missão em Washington carrega esse discurso: quem não valoriza a matéria-prima aqui dentro está condenado à condição de colônia.
