Braga Netto chega ao STF para acareação decisiva com Mauro Cid na trama golpista
Ex-ministro e general enfrentará delator em audiência marcada para 24 de junho, em confronto que pode abalar depoimento central sobre suposto financiamento do golpe de 2022.

O ex-ministro Walter Braga Netto chegou a Brasília para a acareação marcada para 24 de junho, às 10h, com o tenente‑coronel Mauro Cid — delator que o implicou em suposto financiamento da “trama golpista”. O confronto, conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, será determinante para avaliar a credibilidade dos depoimentos.
Em primeiro lugar: os pontos divergentes
A defesa de Braga Netto questiona duas alegações centrais de Cid: primeiro, a existência de reunião em sua casa, em novembro de 2022, para discutir estratégia de golpe — e segundo, a suposta entrega de uma caixa ou sacola de vinho com R$ 100 mil para financiar o plano.
Por outro lado: estrutura formalizada
A audiência será sigilosa, registrando tudo apenas em ata, sem áudio ou vídeo. Estarão presentes apenas os réus, seus advogados, o relator e a PGR — num procedimento estritamente técnico e controlado, conforme determinação do STF.
Acresce que: ambiente tenso e hierarquia militar
Mauro Cid serviu sob Braga Netto e chegou a se manifestar com continência para generais em audiência anterior — elemento que fortalece a defesa, mas também expõe a possibilidade de pressão hierárquica sobre ele, conforme análise militar.
Metáfora crítica: duelo de versões
A acareação é um duelo sem armas, mas com palavras afiadas, onde cada silêncio e cada hesitação podem definir se a estrada do golpe foi traçada por ambição ou fabricada por uma narrativa.
Pergunta retórica
Se Cid afirma que participou de reunião secreta e recebeu recursos, por que Braga Netto insiste que tudo não passou de “visita de cortesia”? Quem desvia da verdade sob o olhar da Corte?
Consequências imediatas
- O depoimento pode colocar em xeque ou fortalecer a delação premiada de Cid.
- A defesa de Bolsonaro e outros réus tentam acompanhar a audiência, o que reforça a disputa política na Corte.
- A fase jurídica avança rumo à definição de rito de julgamento, com risco de novas diligências.
Impactos institucionais
- Precedente para acareações entre réus em casos de alta gravidade, controlando a forma e as testemunhas.
- Fortalecimento ou desacreditação da delação premiada, com impactos nos processos subsequentes.
- Tensão entre poder militar e Judiciário, evidenciada pela dinâmica de hierarquia entre os réus.
- Pressão sobre a lisura dos depoimentos, com a PGR e Moraes atentos a contradições.
- Republicação do conflito como golpe institucional, reforçando a narrativa de ameaça democrática.
Conclusão
A acareação entre Cid e Braga Netto será o momento chave do inquérito: mais que confronto de versões, é um teste público de coerência, verdade e controle institucional. A pergunta segue clara: quem resistirá ao rigor do STF — e a quem restará a credibilidade para completar a narrativa da trama golpista?
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