Decisão de Moraes indica que prisão de Bolsonaro pode ocorrer até quarta-feira
Ex-presidente desafia Justiça e se aproxima do cárcere; clima é de tensão no bolsonarismo e expectativa no STF

Nesta segunda-feira (21), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, estipulou um prazo de 24 horas para que a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro se manifeste acerca de infrações às medidas cautelares impostas pelo tribunal. Caso não haja justificativa plausível, o magistrado poderá determinar a prisão preventiva entre terça (22) e quarta-feira (23).
As medidas em vigor incluem o uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno e fim de semana, proibição de uso de redes sociais — direta ou indiretamente — e vedação de contato com investigados, em especial seu filho Eduardo Bolsonaro.
O alerta de Moraes é claro: a veiculação de entrevistas — inclusive por terceiros — em plataformas sociais torna-se motivo ensejador de prisão imediata. O agendamento de entrevistas foi suspenso pelo ex-presidente após a determinação judicial.
Segundo a Agência Brasil, Moraes advertiu que qualquer descumprimento acarretará na decretação da prisão preventiva, por configurar obstrução do processo e tentativa de subversão das medidas cautelares.
O prazo de 24 horas à defesa venceu entre terça e quarta, prazo limítrofe para eventual expedição do mandado de prisão. A expectativa no STF é de que a ação seja imediata. O marco pode representar um endurecimento sem precedentes no enfrentamento à trama golpista em andamento, da qual Bolsonaro é réu.