Bolsonaro pode pegar até 43 anos de prisão por tentativa de golpe
Acusado pela PGR de liderar uma trama golpista que visava impedir a posse de Lula, Bolsonaro enfrenta penas que somadas podem chegar a 43 anos

A Procuradoria‑Geral da República apresentou alegações finais à Primeira Turma do STF em ação penal contra Jair Bolsonaro e outros sete réus do núcleo central da trama golpista. A denúncia já considera cinco crimes principais: organização criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado com violência ou ameaça e deterioração de patrimônio tombado.
Caso sejam aplicadas as penas máximas previstas em cada crime e considerados agravantes — como uso de armas e liderança da organização — Bolsonaro pode pegar até 43 anos de cárcere. A pena mínima soma aproximadamente 12 anos e meio — mas a gravidade das acusações inclui situações de risco extremo à estabilidade democrática .
O “núcleo 1”, segundo a denúncia, envolvia Bolsonaro como articulador central de um plano que transcendeu discursos golpistas para executar um decreto em rascunho e arquitetar ações violentas, em paralelo a ataques ao STF e ao Congresso entre 2021 e 2023.
A investigação criminal incluiu delações, interceptações, documentos apreendidos e relatos de militares envolvidos — como o exgeneral Mário Fernandes, que confessou ter elaborado o plano conhecido como “Punhal Verde e Amarelo”, com proposta de magnicídio contra Lula, Alckmin e Moraes. É a primeira vez que tais investigações de natureza terrorista atravessam o circuito militar para chegar ao STF, evidenciando riscos à democracia brasileiros .
Bolsonaro nega envolvimento com golpe e sustenta que se trata de perseguição política. Sua defesa insiste que não há provas diretas ligando seu nome ao elo decisivo do processo conspiratório.
O julgamento está previsto para setembro de 2025 e será um marco jurídico e político: condenação representará não apenas punição, mas um passo firme de resistência às elites autoritárias e ao bolsonarismo institucionalizado. Será a Justiça brasileira mostrando que não abre mão da soberania popular.