Bolsonaro quer lançar Jair Renan em 2026 — e transformar o filho 04 em escudo contra a Justiça
Enquanto responde por tentativa de golpe, ex-presidente articula herança política com o “filho do videogame” e aposta na vitimização eleitoral

Se a política brasileira já virou um roteiro de série distópica, o novo capítulo escrito por Jair Bolsonaro mistura nepotismo, cinismo e cálculo eleitoral rasteiro. Segundo revelou o Diário do Centro do Mundo, o ex-presidente pretende lançar seu filho Jair Renan — o famoso “filho do videogame” — como candidato em 2026.
Sim, você não leu errado. Enquanto responde por tentativa de golpe no STF e vê aliados afundarem em delações premiadas, Bolsonaro quer transformar o 04 em avatar político da família, apostando em uma candidatura carregada de populismo barato, culto à personalidade e vitimismo judicial.
Renan, o filho do “cavalo de luxo”, agora quer ser deputado — ou vereador de luxo
Jair Renan Bolsonaro ficou conhecido não por ideias, nem por feitos. Mas por escândalos. É dele o famoso caso do “cavalo de R$ 90 mil” doado por um empresário amigo da família, em troca de favores. Também é dele o escândalo da “Bolso Store”, loja que operava como fachada para lobby privado com sobrenome público.
Agora, o plano da família Bolsonaro é apresentar Renan como uma espécie de “novo Bolsonaro” — mais jovem, menos radical no tom, mas fiel à pauta de costumes, às fake news de sempre e ao velho discurso contra “tudo o que está aí”. Tudo isso temperado com muita vitimização nas redes sociais: “perseguido”, “injustiçado”, “filho do povo”.
Banalização da política? Sim. Mas com apelo entre uma base radicalizada que confunde sobrenome com projeto de país.
Lançar o filho é proteger o pai — e manter o clã blindado na máquina pública
Bolsonaro não age por ingenuidade. Ele sabe que seu futuro está mais nas mãos do STF do que nas urnas. Por isso, aposta em manter o “bolsonarismo de sobrenome” vivo dentro das instituições — com filhos e aliados eleitos para garantir foro privilegiado, financiamento de campanha e discurso de massa.
Se Jair Renan for eleito em 2026, entra para o grupo dos protegidos políticos que podem atuar não só como escudo jurídico, mas como combustível emocional para manter a militância mobilizada.
É uma estratégia antiga: não basta tentar se manter no poder. É preciso infiltrar o projeto familiar onde der — da Câmara de Vereadores até o Senado.
A democracia brasileira precisa decidir: queremos um país ou uma dinastia de influenciadores golpistas?
A possível candidatura de Jair Renan não é só uma piada pronta. É um sintoma grave de um sistema que permite que escândalos virem currículos e que sobrenomes virem programa de governo.
Depois de quatro anos de retrocessos, tentativas de golpe, destruição ambiental, aparelhamento das forças armadas e política de ódio, é inadmissível que a resposta institucional a isso seja “eleger o filho”.
Se a democracia quiser sobreviver, precisa aprender a dizer: basta.