Ex-presidente diz que poderia negociar tarifas de 50% com Trump, desde que Lula sinalize e seu passaporte seja devolvido

Jair Bolsonaro lançou um desafio político nesta quinta-feira, 17 de julho de 2025: afirmou que poderia negociar a reversão do “tarifaço” de 50% imposto pelos EUA, mas só se duas condições forem atendidas — Lula sinalizar apoio e o seu passaporte for devolvido.

Em entrevista coletiva e à CNN Brasil, o ex‑presidente disse: “Se o Lula sinalizar para mim, eu nego­cio com o Trump.” Bolsonaro insiste que traria sucesso à negociação, lembrando que, em 2019, conseguiu reverter tarifas sobre aço e alumínio após conversar com Trump.

Na mesma linha, declarou ao Poder360: “Eu acho que teria sucesso em ter uma audiê­ncia com o presidente Trump. Estou à disposição.” Sem passaporte, no entanto, afirma que não tem “liberdade”: o documento está retido desde fevereiro de 2024.

Bolsonaro também criticou o Itamaraty e exaltou o papel do filho Eduardo: “Ele fez mais do que o ministro Mauro Vieira para buscar acordo com os EUA. Em paralelo, lançou o alerta de que “quem não conversar vai pagar um preço alto”, sugerindo que a omissão de Lula pode agravar o impacto econômico.

O cerco americano, articulado por Trump via carta e confirmado por decisão com tarifas de 50% a partir de 1º de agosto, foi motivado por posição do STF no julgamento de Bolsonaro e seu tratamento, segundo a justificativa dos EUA.

Em contraponto, o presidente Lula rejeitou o tom beligerante de Trump, mas se mostrou aberto a negociações diplomáticas, conduzidas oficialmente via Itamaraty.

A tentativa de Bolsonaro revela uma ofensiva estratégica: contradiz o isolamento do bolsonarismo, propõe uma saída extra‑oficial e tenta se fazer relevante no embate diplomático. Afinal, ele acredita ter capital político e autoridade internacional para ouvir, negociar — e evitar que o Brasil “pague um preço alto”.

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