Bolsonaro nega plano de fuga e se declara “desconstruído” após ação da PF
Em entrevista nesta sexta-feira (18), ex‑presidente diz se sentir “humilhado” e “perseguido”, nega fuga e critica medidas impostas pelo STF.

O que aconteceu
Na manhã de 18 de julho de 2025, após ser obrigado a usar tornozeleira eletrônica e ter sua residência vasculhada pela Polícia Federal em Brasília, Jair Bolsonaro concedeu entrevista aos jornalistas na sede da PF. Em vídeo divulgado pelo Diário do Centro do Mundo, ele se declarou humilhado e perseguição política.
Declarações marcantes
- “Me sinto humilhado, isso é humilhação”, declarou Bolsonaro sobre o uso do monitor eletrônico.
- Ao ser questionado sobre plano de fuga, reagiu: “Nunca pensei em sair do Brasil ou ir para a embaixada”, apesar de reconhecer que “sair do Brasil é a coisa mais fácil”.
- Ele afirmou se sentir perseguido politicamente, classificando a operação como “constrangimento público”.
Itens apreendidos
Durante a operação, a PF levou:
- US$ 14 000 e R$ 8 000 em espécie, sob justificativa de que “sempre guarda dólares em casa”.
- Um pendrive encontrado no banheiro, cuja origem ele disse não saber.
Medidas cautelares reforçadas
Bolsonaro enfrenta condições já impostas pelo STF:
- Tornozeleira eletrônica com monitoramento 24 horas;
- Toque de recolher noturno (19h às 7h), inclusive fins de semana;
- Proibição de contato com diplomatas, investigados e familiares — especialmente Eduardo e Carlos Bolsonaro — e de uso de redes sociais.
Contexto jurídico
As restrições foram determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes no âmbito do inquérito PET 14129, que investiga tentativas de golpe e obstrução de Justiça. O STF justificou a ação pelo risco de fuga e tentativa de sabotagem das investigações.
A operação ocorre após denúncias da PGR e apreensão de provas como o pendrive e o dinheiro em espécie, ampliando o cerco jurídico ao entorno do clã Bolsonaro.
Próximos desenvolvimentos
- Bolsonaro deve protocolar contestação oficial, exigindo acesso aos autos;
- A PF seguirá a perícia do pen drive e dos valores apreendidos;
- O STF avaliará agora se reforça as medidas cautelares ou avança com denúncia formal e possíveis prisões preventivas.