Em entrevista após operação da PF, ex‑presidente atribui descoberta de pendrive a desconhecido e sugere consulta à ex‑primeira‑dama

Nesta sexta‑feira, 18 de julho de 2025, após a operação da Polícia Federal, o ex‑presidente Jair Bolsonaro ofereceu explicações inusitadas sobre o pen drive encontrado no banheiro de sua residência. Em entrevista coletiva na garagem da sede do PL, em Brasília, ele afirmou que o objeto “não é meu” e que vai “perguntar para Michelle” quem o deixou ali .

Bolsonaro alegou:

“Uma pessoa pediu para ir no banheiro e voltou com um pendrive na mão (…) eu nunca abri um pendrive na minha vida, eu não tenho nem laptop em casa para mexer com pendrive”.

Presente na entrevista também foi o tema dos valores apreendidos pela PF: US$ 14 mil e R$ 77,7 mil em espécie, além do pen drive. Bolsonaro defendeu o direito de manter dólares em casa, chamando isso de “economia pessoal”.

Instalado com tornozeleira eletrônica por ordem do Supremo Tribunal Federal, o ex‑presidente declarou que se sentia humilhado, chamando o dispositivo de “suprema humilhação”. Ele negou qualquer intenção de fuga ou pedido de asilo, dizendo nunca ter cogitado sair do Brasil nem procurar refúgio em embaixadas.

A entrevista revelou estratégias claras de Bolsonaro: transformar um aparente caso de banalidade doméstica no banheiro em narrativa pública de perseguição, enquanto mobiliza apoio junto ao público nacional e internacional — em meio a medidas cautelares como recolhimento noturno, proibição de contato com diplomatas e investigados, incluindo seu filho Eduardo.

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