Redação

Em Brasília, nesta sexta‑feira, 18 de julho de 2025, Jair Bolsonaro apareceu em cena — ao vivo, com tornozeleira eletrônica instalada — para uma entrevista à Reuters, transmitida por emissora britânica. Foi a primeira fala pública desde que Alexandre de Moraes impôs as duras medidas cautelares contra ele.

Na entrevista, Bolsonaro repetiu o discurso da própria humilhação: chamou a tornozeleira de “suprema humilhação” e negou qualquer intenção de fugir do país ou buscar asilo em embaixadas. “Nunca pensei em sair do Brasil, nunca pensei em ir para embaixada”, afirmou, lembrando que o uso do dispositivo foi ordenado por Moroas em meio à uma investigação por tentativa de golpe.

Ele também denunciou o que chamou de perseguição política, ao comparar sua situação a uma “caça às bruxas”, embalada pela pressão internacional. A entrevista ao canal britânico reforça a estratégia de performance midiática do ex-presidente, mesmo sob restrições que incluem recolhimento domiciliar noturno e proibição de contato com diplomatas e investigados, inclusive seu filho Eduardo.

Durante a transmissão, imagens ao vivo mostraram a tornozeleira e a postura firme de Bolsonaro frente às câmeras: claramente visível, o aparelho eletrônico escancarou o cerco judicial imposto por Moraes. Ele reforçou que não fugirá e defendeu sua inocência. A entrevista foi uma tentativa de transformar o constrangimento imposto em palco externo — mostrando resistência e mobilizando apoio fora do Brasil.

Essa aparição serve também como recado político ao tribunal: mesmo sob cerco jurídico, Bolsonaro busca manter narrativa pública, atraindo audiência internacional e contornando o cerco midiático nacional. A entrevista à TV britânica simboliza o momento em que a Justiça aperta — e o bolsonarismo responde com visibilidade.