Delator diz que ex-presidente recebeu, leu e removeu prisões de ministros do STF, preservando apenas medida contra Moraes e nova eleição

O que disse Mauro Cid

O coronel Mauro Cid afirmou ao ministro Alexandre de Moraes que Jair Bolsonaro recebeu, leu e alterou a chamada “minuta do golpe”.

Após a leitura, teria “enxugado” o texto, removendo detenções previstas contra ministros do STF, do Senado e da Câmara, mas manteve a prisão de Alexandre de Moraes e a convocação de novas eleições.

Cid acrescentou que não estava no momento exato da edição, mas que viu, mais tarde, a versão final revisada por Filipe Martins em um computador.


O alcance da minuta

Conforme o delator, o texto inicial pelo menos planejava:

  • Prisões de ministros do STF (incluindo Moraes e Gilmar Mendes) e do presidente do Senado.
  • Intervenção no TSE.
  • Convocação de nova eleição.
    Após revisão, Bolsonaro preservou apenas duas medidas: a detenção de Moraes e eleições convocadas como resposta à suposta fraude

O momento da confrontação

A edição ocorreu durante uma reunião no Palácio da Alvorada, no dia 7 de dezembro de 2022, com a presença de generais como Paulo Sérgio Nogueira, Almir Garnier e Óscar Freire Gome. Foi nesta ocasião que o governo “apresentou” a versão alterada do documento, conforme investigação da PF .


Por que isso é relevante

  1. Ratifica envolvimento direto de Bolsonaro, colocando-o como protagonista consciente da trama, com poder de edição e decisão.
  2. Fornece prova material da minuta do golpe, usada pelo STF para instruir processo que pode consolidar a acusação de tentativa de golpe.
  3. Reforça narrativa de ilegalidade e planejada ruptura institucional, dando suporte à acusação de abolição violenta do Estado democrático.

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