Denúncia da ANMP indica que acusações de descontos indevidos foram levadas a Bolsonaro em 2018, mas governo reagiu com negações

De acordo com reportagem da ICL Notícias, Jair Bolsonaro teria sido informado por médicos peritos do INSS, ainda no processo de transição em dezembro de 2018, sobre indícios de fraudes e irregularidades nos descontos aplicados a aposentados e pensionistas. A denúncia foi formalizada pela ANMP (Associação Nacional dos Médicos Peritos).

O alerta teria sido levado ao gabinete de transição montado no CCBB em Brasília e contado com a participação do então senador Izalci Lucas (PL-DF), que intermediou a entrega dos documentos e depoimentos para a equipe de Bolsonaro.

Alegações e negativas

Durante as reuniões, os peritos relataram suspeitas nos pagamentos de benefícios rurais, seguro-defeso e auxílios, e destacaram impactos consideráveis no orçamento da Previdência.

Porém, divulgado pela reportagem, o ex-ministro Onyx Lorenzoni, que conduziu parte da transição, declarou que “não se recorda” de ter tratado do tema de descontos associativos com os peritos.

Contexto e desdobramentos

A denúncia ganha força diante das investigações em curso sobre o chamado “escândalo dos descontos no INSS”, que envolve suspeita de debito indevido em benefícios previdenciários.

Em depoimento recente à CPMI do INSS, a CGU confirmou que o esquema de fraudes, especialmente nos descontos associativos, se intensificou durante o período do governo Bolsonaro.

Se confirmado que Bolsonaro tinha conhecimento prévio das irregularidades e falhou em agir, a narrativa abre espaço para responsabilizações políticas retrospectivas.

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