Ex-assessor de Moraes é levado para prestar esclarecimentos sob acusação de vazamentos — aliados acusam ato de arbitrariedade

A detenção de Eduardo Tagliaferro, ex-assessor de Alexandre de Moraes, em solo italiano, desencadeou uma onda de protestos e discursos nas redes bolsonaristas que denunciam uma suposta “perseguição política”.

Segundo o Diário do Centro do Mundo, Tagliaferro foi conduzido a uma delegacia ontem à tarde e recebeu determinação para cumprir medidas cautelares no país europeu. Ele teria sido notificado, mas afirmou: “Não vou ser preso; só fui notificado”.

Acusações que motivaram a detenção

A ação italiana atende a um pedido de extradição do Brasil, formulado por Alexandre de Moraes, com base em denúncias de que Tagliaferro vazou mensagens sigilosas trocadas entre assessores do STF e TSE.

Tagliaferro possui dupla cidadania — inclusive italiana — e mora naquele país desde abril. Ele ganhou visibilidade após romper relações com Moraes em 2022 e assumir postura crítica contra relatórios internos que, segundo ele, operavam com dados sigilosos para embasar inquéritos.

Reação bolsonarista: “arbitrariedade” e “perseguição”

Nas redes sociais, aliados de Bolsonaro classificaram a detenção como ação arbitrária e parte de uma escalada autoritária. Alguns publicaram mensagens inflamadas, afirmando que “Tagliaferro foi preso para silenciar denúncias” e que o evento prova o avanço da “perseguição contra a direita”.

O advogado ligado ao caso ainda declarou que não houve mandado prévio, e que agentes teriam levado Tagliaferro sem justificativa clara. Também foi relatado que ele não poderá sair da província sem autorização judicial.

Implicações jurídicas e políticas

A extradição poderá enfrentar barreiras — sobretudo pela cidadania italiana de Tagliaferro — e deverá ser examinada pela justiça local sob os tratados entre Brasil e Itália.

Se extraditado, deverá responder formalmente pelas acusações no Brasil; se não, pode ser que responda parte do processo na Itália ou por cooperação jurídica internacional.

Politicamente, o episódio reacende tensões no campo bolsonarista, ao qual Tagliaferro acabou servindo como figura simbólica de denúncia contra o sistema judicial que o ex-assessor mesmo integrou. A narrativa de “caça às testemunhas” poderá ganhar força entre eleitores da extrema-direita (vassalocrata).

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