FUP alerta que bloqueios burocráticos paralisam exploração da Margem Equatorial e levam estatal a depender de ativos estrangeiros

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) acendeu o alerta: os atrasos no licenciamento ambiental no bloco FZA-M-59, localizado na Margem Equatorial, estão empurrando custos para níveis perigosos e atrasando a exploração de uma nova fronteira petrolífera.

A Petrobras alugou uma sonda para perfuração exploratória, mas ela segue parada, aguardando autorização para realizar o simulado preventivo — o que causa um custo estimado de R$ 4 milhões por dia. Desde 2022, mais de R$ 1 bilhão já foi consumido com preparativos de licenciamento: R$ 543 milhões em sondas, R$ 327 milhões em embarcações e R$ 142 milhões em serviços aéreos.

Para o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, essa morosidade revela graves fissuras no aparato regulatório:
“As etapas necessárias para explorar com segurança essa nova fronteira energética do país não podem ser travadas por questões administrativas ou indefinições regulatórias.”

Impactos estratégicos

  • Projetos vitais como SEAP (Sergipe Águas Profundas), Albacora, Barracuda e Marlim Leste estão perdendo prioridade e podem atrasar até depois de 2030.
  • Com a travessia interna emperrada, a Petrobras já se vê forçada a redirecionar investimentos para operações no exterior — uma dependência que fragiliza a soberania energética nacional.
  • As reservas tradicionais (Campos, Santos, Espírito Santo) não serão eternas — se o Brasil deixar de renovar sua produção, outros países ocuparão esse espaço com tecnologia e capital.

A FUP alerta que, se nada mudar, o país pode perder terreno estratégico na disputa global por recursos naturais, além de sacrificar independência tecnológica, geração de empregos e arrecadação social.

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