Ataque ao Brasil confirma guerra de Trump contra o BRICS, diz Pepe Escobar
Analista vê tarifa de 50% como parte de ofensiva geopolítica dos EUA contra o Sul Global

O analista geopolítico Pepe Escobar afirma que o recente anúncio de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros pelo presidente americano Donald Trump representa muito mais do que uma disputa comercial. Em vídeo publicado por Brasil 247, Escobar afirmou que o ataque econômico é parte de uma “guerra total, sem fronteiras” dos EUA contra os países do BRICS — e o Brasil virou alvo prioritário após sediar a cúpula do bloco no Rio de Janeiro.
Durante sua estada no Brasil, Escobar manteve encontros com lideranças políticas e intelectuais e descreveu o ambiente como eletrizado. “A barra está ficando ainda mais pesada”, alerta ele, ressaltando que a tarifa foi anunciada logo após a cúpula dos BRICS.
Ele identifica três frentes na ofensiva imperial: conflitos por procuração na Rússia, estratégia militar contra o Irã e contenção da China até 2030 — com o Brasil desempenhando papel central no eixo do Sul Global. O analista critica a arrogância dos EUA, dizendo que “o império não tem absolutamente nada a oferecer ao mundo, a não ser ameaças, medo e caos”.
Para Escobar, o Brasil agora integra oficialmente o eixo da resistência, ao lado de China e Rússia. E deixa um recado firme: “os brasileiros conscientes estão perfeitamente cientes disso. Então, força e não desistir jamais”.
Contexto internacional
- A tarifa de 50% anunciada por Trump já é vista como retaliação política, não apenas econômica. Após a cúpula dos BRICS no início de julho no Rio, Trump reagiu com medidas protecionistas.
- A ofensiva tem sido criticada como tentativa de fragmentar o BRICS e desacreditar a economia multipolar, segundo fontes de Washington .
Impacto no Brasil
- A intervenção tarifária agrava tensões comerciais e diplomáticas com os EUA, chegando a estimular posicionamentos mais assertivos do governo Lula.
- Internamente, a medida fortalece a narrativa soberanista da esquerda, unindo setores do agronegócio e da indústria em torno de uma resposta nacional solidária ao BRICS.