Deputado Rogério Correia denuncia que proposta de anistia está sendo usada como moeda de chantagem para aprovar reforma tributária

O vice-líder do PT na Câmara, Rogério Correia (PT-MG), afirmou nesta quinta-feira (25/09/2025) que a articulação para aprovar uma anistia em troca da isenção do Imposto de Renda configura uma “armadilha” arquitetada por Paulinho da Força, Aécio Neves e Michel Temer. Correia acusa que há uma tentativa de coação: “se não votássemos o PL da anistia, não votariam o IR” — uma referência clara ao Centrão e aos entornos do governo.

Segundo o parlamentar, essa “troca” escondida busca pressionar partidos e parlamentares para aprovar benefícios de perdão penal ao mesmo tempo em que outros setores fiscais receberiam isenções tributárias. “Algo vindo de Aécio e Temer só pode dar em traição”, disse Correia, em crítica contundente à estratégia centrista.

A proposta, rebatizada nos bastidores como “PL da dosimetria”, teria limitado o perdão amplo a uma redução proporcional de pena, com exclusão de anistia total para partes mais controversas do rol de condenados. Essa mudança vem sendo atribuída à atuação de Paulinho da Força com o aval de Aécio e Temer.

Para Correia, o pacto é uma manobra para manter impunidade enquanto se dá uma aparência institucional ao processo legislativo:

“Ele insinuou que se não votássemos, ficaremos isolados. Ele fala em anistia, mas quem define os termos são interesses ocultos”, alertou.

O PL da anistia / dosimetria está imerso em intensas negociações entre partidos, que veem risco à coerência política de suas bases ao factorar concessões penais e tributárias num mesmo pacote. Analistas apontam que essa estratégia pode gerar forte rejeição pública e alimentar narrativas de “acordo de impunidade”.

A tensão entre promessa eleitoral e pressão do centrão reforça que o destino dessa proposta ainda será decidido nos corredores do poder — e não no plenário da Câmara.

Fonte: Revista Fórum, Gazeta do Povo

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