A batalha vai muito além das salas de tribunal: redes sociais viram campo de combate, enquanto partidos articulam narrativas para mobilizar suas bases

Brasília, 1º de setembro de 2025 — Conforme revela o Diário do Centro do Mundo, aliados tanto do ex-presidente Bolsonaro (PL) quanto do presidente Lula (PT) lançam ofensivas digitais sincronizadas com o julgamento da trama golpista no Supremo Tribunal Federal (STF), que começa nesta terça-feira (2).

No acampamento bolsonarista, aliados dispararam 334 mil menções sobre o caso no X entre 23 e 29 de agosto, conforme dados da consultoria Arquimedes. A articulação é pilotada por Carlos Bolsonaro, que monitora as redes do pai, já que o ex‑presidente está proibido de publicar. Hashtags como #JustiçaParaBolsonaro e #PerseguiçãoPolítica serão impulsionadas junto a lives, vídeos curtos e postagens em X, Instagram e TikTok — reforçando a narrativa de vitimização. Personalidades como o cantor Fábio Dub — autor de jingles para Bolsonaro — e o deputado Nikolas Ferreira (PL‑MG) também engrossarão o aparato digital. O deputado Domingos Sávio (PL‑MG não hesitou em resumir o plano: “A defesa tem que ser feita no campo judicial… mas vamos mobilizar pela anistia e contra o Judiciário.”

O PL segue sem consenso interno: uma ala quer ataques explícitos ao STF, outra pede cautela para não desandar eleitoralmente. Enquanto isso, o presidente da legenda, Valdemar Costa Neto, equilibra o apoio a Bolsonaro e a estratégia de costurar alianças para 2026. E no Congresso, opositores planejam obstruções à pauta como protesto político: o deputado Alexandre Ramagem (PL‑RJ), que figura entre os réus do processo, já avisou que redes sociais vão ferver — e que o Senado pode usar o momento para barrar votações.

Do lado petista, a resposta é organizada e em tempo real. O PT aposta em lives, transmissões via TV PT, Rádio PT e o canal por satélite PT SAT, com o presidente da legenda, Edinho Silva, comentando os desdobramentos em tempo real. A estratégia também inclui memes, vídeos com inteligência artificial com frases como “Grande dia”, “Bolsonaro preso” e “Genocida” — formas diretas de traduzir a disputa jurídica em narrativa popular. Eden Valadares, secretário nacional de comunicação do PT, já avisou: “Muito antes de ser disputa política, o julgamento é o encontro dos que tramaram contra a democracia com a Justiça.”

Compartilhe:

Deixe comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos necessários são marcados com *.