Aécio ensaia retorno político: testa candidatura presidencial após disparar em pesquisa para o Senado em Minas
Mais de uma década depois de ser derrotado por Dilma, Aécio agora dispara em Minas e vê nas sondagens o instrumento ideal para medir terreno nacional

O ex-governador mineiro Aécio Neves (PSDB) parece estar em ensaio estratégico para retomar protagonismo nacional. Após mais de dez anos da derrota para Dilma, ele se apoia agora em pesquisas para testar a viabilidade de um salto rumo a uma eventual candidatura presidencial.
Recentes levantamentos eleitorais feitos em Minas Gerais pela Paraná Pesquisas colocam Aécio no topo da disputa ao Senado, com 27,6 % das intenções de voto contra 24,9 % de seu principal concorrente. Em outras versões da sondagem, ele aparece com cerca de 29 % em Minas, confirmando um forte desempenho regional.
Mas o que parece uma vitória local é, na verdade, parte de uma estratégia calculada: usar o pleito estadual como laboratório para ingressar nas pesquisas presidenciais. Em bastidores, interlocutores afirmam que o objetivo de Aécio, por enquanto, não é assumir um projeto presidencial concreto — mas “avaliar o campo”.
Se os resultados nas sondagens nacionais forem favoráveis, operadores privados e aliados acreditam que ele será estimulado a oficializar sua candidatura. Caso contrário, o foco continuaria restrito à disputa mineira. É um teste de trânsito político.
Esse movimento não é inédito: figuras que desejam se lançar nacionalmente frequentemente “costuram-se” em cenários estaduais, primeiro dominando sua base local para projetar-se ao resto do país. Quem observa o jogo de perto entende que Aécio estaria agora fazendo exatamente isso.
Internamente no PSDB, crescem apostas de que ele deverá assumir a presidência nacional da legenda nos próximos meses. Essa guinada interna seria parte do arcabouço para sustentar um novo passeio no tabuleiro político nacional.
Para seus opositores e críticos, a manobra não passa de operação de marketing eleitoral: transformar um bom desempenho estadual em prenúncio de força nacional — mesmo sem propor um plano coerente para todo o Brasil — é estratégico, mas frágil. Os riscos vão de estagnação nas sondagens nacionais ao desgaste por excesso de ambição antecipada.
Se esse plano de “testar pelo espelho das pesquisas” der certo, Aécio pode emergir como candidato formal à Presidência em 2026. Se falhar, ele manterá seu cacife regional elevado e retoma disputas locais com segurança.
Fonte: Paraná Pesquisas / Poder360 / CartaCapital / CNN Brasil / O Tempo