Redação

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), anunciou nesta quinta-feira (25/09/2025) que exigirá mais tempo antes de decidir pela inclusão do PL da dosimetria na pauta do plenário. O projeto, tido por muitos como alternativa disfarçada de anistia para condenados nos atos de 8 de janeiro, enfrenta resistência e falta de consenso nas bancadas.

Motta explicou que, até o momento, o relator Paulinho da Força (Solidariedade-SP) não conversou com todos os partidos envolvidos. Ele também afirmou que não dialogou com os líderes de bancada após o relator iniciar articulações. “Preciso de um pouco mais de tempo para entender qual é o sentimento da Casa”, disse ele em entrevista citada pelo Metrópoles.

Segundo a matéria, o PL da dosimetria vinha sendo articulado para votação no dia 30 de setembro, mas o impasse entre partidos do PT, PL e do Centrão gerou dificuldades para avançar a tramitação. Enquanto o PT rejeita qualquer benefício a condenados pelos atos golpistas, o PL considera o texto insuficiente e alguns militantes do Centrão temem desgaste político.

Em paralelo, Motta negou que a indefinição sobre a dosimetria prejudique a tramitação de outras pautas legislativas — como o projeto de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000, marcado para votação em 1º de outubro. “Não há vinculação da isenção do IR com qualquer outra matéria”, afirmou.

Por sua vez, o relator Paulinho da Força admitiu em reunião com parlamentares do PT que o projeto poderá afetar o ex-presidente Jair Bolsonaro: “Se me perguntar: ‘reduz o Bolsonaro?’, reduz também. Não tem como tirar ele do relatório”.

O cenário deixa claro que a votação do PL da dosimetria deve depender de negociações intensas entre os partidos antes que Motta decida pautar — o que indica que a proposta pode ficar mais tempo parada nos bastidores do que se esperava.

Fonte: Brasil247