Redução da tarifa de 18% para o etanol americano abriria caminho para acordo comercial e sinal diplomático positivo em meio ao atrito tarifário

Marco Rubio, reacendeu esperanças no setor de biocombustíveis. Entre os temas estudados nos bastidores está a possível redução da tarifa de 18% que o Brasil aplica ao etanol anidro importado dos EUA — possibilidade vista como instrumento diplomático e econômico estratégico para compor um novo acordo comercial.

Hoje, enquanto o etanol americano sofre cobrança de 18%, o etanol brasileiro enfrenta tarifa de apenas 2,5% quando exportado aos EUA — diferença que favorece sobremaneira os produtores norte-americanos em negociações. Essa disparidade é apontada por especialistas como “queixa de fácil negociação” entre os dois países.

Consultores ouvidos pelo DCM afirmam que essa redução tarifária — combinada com regulação de cotas de importação — poderia desbloquear parte da tensão comercial do “tarifaço” de 50% imposto por Trump em julho. O setor brasileiro também acredita que o etanol nacional, produzido de cana-de-açúcar, é mais limpo e competitivo, o que reforça sua força negociadora mesmo com barreiras aduaneiras.

Além disso, a pauta energética ganha espaço na agenda bilateral. Os EUA demonstram interesse em garantir fornecimento de matérias-primas estratégicas — como lítio, nióbio e terras-raras — essenciais para setores como energia limpa e tecnologia. Um acordo comercial setorial nos moldes do fechado entre EUA e Japão é cogitado como modelo.

Para o governo, esse movimento representa oportunidade de reposicionar o Brasil como parceiro estratégico de energia limpa diante dos EUA, somando diplomacia comercial e ambiental. Ainda que nenhuma medida concreta tenha sido anunciada até o momento, interlocutores afirmam que os temas serão parte das negociações de médio prazo se Washington sinalizar abertura para flexibilização do tarifaço.

Compartilhe:

Deixe comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos necessários são marcados com *.