Governo articula empréstimo para socorrer os Correios em crise bilionária
Banco do Brasil, Caixa e instituições privadas sondadas; estatal fechou 2025 com déficit de R$ 2,6 bi

O governo federal avalia conceder um empréstimo aos Correios, que enfrentam situação financeira delicada e acumulam prejuízos bilionários. A intervenção surge como alternativa ao repasse direto, já que não há margem orçamentária para socorro no OGU (Orçamento Geral da União).
Entre os prováveis credores nessa operação figuram o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e instituições privadas, conforme apurações divulgadas em veículos como a Folha de S. Paulo e confirmadas ao Brasil247.
Os dados contábeis da estatal revelam que no segundo trimestre de 2025 os Correios registraram prejuízo líquido de R$ 2,64 bilhões. No primeiro trimestre, já tinham acumulado perdas de R$ 1,72 bilhões, reproduzindo cenário negativo de 2024.
A crise levou o presidente Lula a substituir o comando da estatal: em setembro, Fabiano Silva dos Santos foi substituído por Emmanoel Schmidt Rondon, servidor de carreira do Banco do Brasil com perfil técnico.
Segundo a estatal, uma das causas do desequilíbrio é sua missão de cobertura nacional: 71% das localidades atendidas não geram lucro, e quando considerados todos os custos operacionais, 89% dos locais dependem de subsídios.
Para tentar diversificar receitas, os Correios lançaram neste ano o Mais Correios, seu marketplace próprio com logística integrada, oferecendo mais de 500 mil itens para venda e envolvendo pequenos empreendedores.
A operação de crédito será decisiva para garantir a continuidade dos serviços postais no país, com risco de paralisações caso a estatal não consiga equilibrar suas finanças.