Estatal diz não conhecer metodologia usada por ONG Eko e reafirma seus estudos internos e investimentos bilionários na região

A Petrobras reagiu publicamente a uma pesquisa encomendade pela ONG britânica Eko, divulgada pela Folha de S. Paulo, que indicava que a maioria dos brasileiros seria contra a exploração de petróleo na chamada Margem Equatorial. A estatal classificou o levantamento como “estranho” e disse que não dispõe de elementos suficientes para comentar, pois tomou conhecimento do estudo apenas pela imprensa.

Em nota, a empresa afirmou que desconhece a metodologia, premissas e critérios adotados pela pesquisa e que os resultados divergem de levantamentos próprios e de institutos independentes usados ao longo dos anos. A Petrobras ressaltou que, de seus estudos internos, “o tema ainda é pouco conhecido pela população”, que por vezes associa equivocadamente Margem Equatorial à foz do rio Amazonas — diferente da realidade geográfica dos blocos em estudo.

A estatal esclareceu que os blocos em análise estão localizados em áreas marítimas distantes de ecossistemas sensíveis: no Amapá, por exemplo, há blocos a cerca de 160 km da costa e mais de 500 km da foz do Amazonas.

Mesmo admitindo que o debate ainda tem baixa penetração junto ao público, a Petrobras defendeu que nas suas sondagens internas a população demonstra confiança em sua gestão e na atuação do Ibama como órgão responsável por avaliar a viabilidade ambiental dos empreendimentos.

Sobre os investimentos, a estatal apontou que já há previsão de aporte de US$ 3,1 bilhões para perfuração de 16 poços na região nos próximos anos. A empresa argumentou que desenvolvimento e proteção ambiental podem coexistir, com transparência, rigor técnico e respeito ao meio ambiente e às comunidades locais.

A Margem Equatorial tem sido apontada como uma das últimas fronteiras exploratórias com potencial transformador na geopolítica do petróleo. Em recente leilão, blocos foram arrematados por empresas como ExxonMobil, Chevron e a chinesa CNPC, junto à Petrobras.

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