Redação

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, anunciou uma ofensiva de limpeza na estrutura política do governo Lula: cortes de cargos ocupados por partidos do Centrão que votaram contra uma medida provisória essencial para a arrecadação.

Segundo Gleisi, a reorganização da base recebeu aval do presidente e busca impor disciplina partidária: “quem quiser estar no governo deverá ser voto do governo no Congresso”. Os cortes atingirão partidos como PP, PSD, Republicanos e até o MDB — particularmente nos casos de parlamentares que se posicionaram contra a MP.

A medida provisória em questão visava ampliar a arrecadação federal com reajustes de impostos, mas foi barrada pela Câmara após não ser votada. A derrota provocou reação: Gleisi já ordenou exonerações em cargos da Caixa, do Ministério da Agricultura e do Dnit, atingindo diretórios regionais ligados aos partidos alvos.

Causou incômodo no PSD, que se dividiu na votação da MP (20 a favor e 18 contra). O MDB também teve votos contrários expressivos — 14 — o que levou a demissões em órgãos como o Dnit e o Ministério da Agricultura. A insatisfação interna cresce: uma parte do centrão acusa o governo de agir “sem estratégia”, mesmo depois de ter apoiado medidas anteriores.

Essa articulação marca uma virada na relação do Planalto com sua base: agora, o governo exige fidelidade política como condição para manter cargos — uma trégua, até aqui tácita, dá lugar ao embate interno.
As exonerações já começaram a ser publicadas no Diário Oficial da União.

Fonte: Diário do Centro do Mundo